Quando falamos em documento arquivístico é
necessário ter uma visão muito ampla sobre o assunto, observando que é um
grande equívoco dizer que os documentos que compõe um acervo são somente
aqueles no suporte papel. Pode-se destacar que as fitas magnéticas, fotos,
mapas e imagens também são exemplos de tipos documentais presente em um acervo,
mas é claro que o tratamento de cada tipo documental será diversificado,
destacando que esses tipos nem sempre tem um tratamento específico, como seria
necessário. O tratamento desses documentos de arquivo, independente do suporte,
constitui tarefa árdua a ser executada pelos profissionais da informação. E em se
tratando de documentos imagéticos, a situação se complica ainda mais.
Desprovidos de seu contexto de
criação e sem os motivos de suas produções, os documentos imagéticos constituem
um desafio para os profissionais da informação no que diz respeito ao
tratamento do mesmo como documento de arquivo. A dificuldade está no fato de
ter que analisa-lo sem possuir informações sobre em que período, por que motivo
e quem criou o documento, já que geralmente esses fatores são deixados de lado,
e na tendência de se valorizar a informação visual que o mesmo transmite como
única fonte. Esse tipo de atitude pode gerar serias consequências como a perda
do valor potencial do documento como prova e também de sua utilização potencial
para seus diversos usuários.
Apontamos também que é errado dizer que a fotografia
é uma técnica, desqualificando-a como espécie ou como suporte, pois devido à
necessidade de diferenciar o meio físico digital a questão do suporte dos
documentos fotográficos mudou. Na realidade uma foto passa a ser um metadado –
uma imagem explicando outra imagem. LOPEZ, afirma que por falta de denominação
o documento fotográfico é definido por uma técnica fotográfica associada ao
gênero imagético como uma espécie documental e desse modo, toda informação
contida na imagem – textos e números – já pertenceram a outro tipo de espécie.
Outra questão muito pertinente é a
autenticidade da foto, pois quando a foto for tratada, como o profissional
saberá que essa foto é autêntica? Será que essa imagem não foi reproduzida?
Quem garante que a foto é original? Essas, dentre outras, questões são
discussões que ainda não tem resposta e que a Diplomática e Tipologia
Documental pode ajudar a elucidar.
As fotografias não possuem uma classificação
específica, não existe um plano de classificação juntamente com uma tabela de
temporalidade que defina a classificação dos documentos imagéticos.
Na mesa redonda realizada no dia 13/04, com
os alunos de mestrado e doutorado, realizado no auditório da FCI, foi possível
visualizar essa dificuldade de tratamento quando se fala de fotografias. É
necessário estabelecer séries tipológicas, associando as diferentes funções com
“documento fotográfico” (LOPEZ, p.13).
Também foi destacado, nessa
apresentação, a utilização dos sistemas de informação, já que, os documentos
imagéticos como documentos de arquivo recebem o tratamento voltado para a
descrição do conteúdo presente na foto, ou a técnica utilizada, e isso não
garante a preservação das características arquivísticas que o documento
carrega. Isso acarreta uma dificuldade na busca pela informação, tendo em vista
que é comum ser encontrado uma descrição do conteúdo que não corresponda com a
real imagem que esta sendo ilustrada.
Os
acervos imagéticos possuem duas características, apontadas por Laila em sua
monografia. São elas: a reutilização da informação contida no documento, onde a
informação disponível pode ser recuperada para a produção de outro documento
independente de seu contexto de criação; a segunda função depende da relevância
para o processo administrativo da empresa. As particularidades do documento
imagéticos podem fazer com que um mesmo documento possua ambas as funções e
devem ser organizados de acordo com técnicas arquivísticas e da biblioteconomia
ao mesmo tempo.
A informação de uma fotografia é a imagem transmitida
pelo documento e isso não é prioridade para contrução dos métodos de analise na
Arquivologia, também temos que entender que uma mesma imagem pode quando
produzida, criar documentos distintos, como na foto abaixo, que para uma pessoa
que foi ao evento Monange Dream Fashion Tour 2011 em Brasília representará para
seu acervo uma lembrança da participação no evento, e no acervo do organizador
do evento poderá ser utilizado de prova da organização e realização do evento
na cidade.
Para finalizar, encontramos no momento de pesquisa para
realização desse texto, o artigo “Uma visão arquivística sobre os documentos
fotográficos referentes ao Decanato de Ensino de Graduação presentes no acervo
do Centro de Documentação da Universidade de Brasília” de André Porto Ancona
Lopez, juntamento com Leandro de Melo Borges que aborda sobre as fotografias
oriundas do Decanato de Ensino de Graduação (DEG), verificando a adequação do
tratamento desse material às diretrizes teórico-metodologicas da Arquivologia.
Onde foi observado que o sistema configura-se de maneira a privilegiar o
conteúdo das imagens, ao contrario do que se espera de um arquivo, onde o
contexto arquivístico deveria ser ponto primordial para a organização e
descrição das fotografias. Com isso é possível perceber a dificuldade do
tratamento das imagens até no decanato que estamos responsáveis por analisar na
disciplina Diplomatica e Tipologia Documental.
Referências
Bibliográficas
LOPEZ, A. Contextualización archivística de
documentos fotográficos. Alexandrí@. Lima, vol. 5, num 8, 2011. pag 3-16.
Acesso por
http://digifotoweb.blogspot.com.br/2012/02/contextualizacao-arquivistica-de.html
Artigo - Uma visão arquivística sobre os documentos
fotográficos referentes ao Decanato de Ensino de Graduação presentes no acervo
do Centro de Documentação da Universidade de Brasília. Disponível em <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCUQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.brapci.ufpr.br%2Fdownload.php%3Fdd0%3D10339&ei=VtuWT_GTAdGugQfVtYiGDg&usg=AFQjCNFmLlnCEyxAVcVGuxO9QTPwtz6hOQ&sig2=Rxl57J8_pTT8O7V71EWWBg>
Acesso em 22/04/2012.
Foto do evento – Monange
Dream Fashion Tour 2011. Disponível em <http://www.buganet.com.br/index.php?limitstart=20>
Acesso em 24/04/2012.
Vídeo de Laila. Disponível em <http://diplomaticaetipologia.blogspot.com.br/2012/04/video-da-laila.html>
Acesso em 22/04/2012.
Muito bom, meninos!!
ResponderExcluirParabéns =)